Desenvolvimento Sensorial

O tema abordado nesta aula de Psicologia do Desenvolvimento foi o Desenvolvimento Sensorial.

    Os recém-nascidos durante os seus primeiros anos de vida enfrentam inúmeros tipos de experiências sensoriais que são determinantes no seu desenvolvimento. No entanto, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, os sentidos não lhes são inatos aquando do nascimento e têm de passar por vários processos de adaptação para os desenvolver. A este conjunto de processos dá-se o nome de Desenvolvimento Sensorial.

    No conjunto de sentidos, há quatro que se desenvolvem ainda durante o período de gestação no interior do útero, são eles: o paladar, o olfacto, o tato e a audição.

    O paladar é muito importante para o desenvolvimento do bebé, trata-se de uma fonte de experiências sensoriais capaz de influenciar o humor do bebé, para além, como é óbvio, da sua importância nutricional. 

    Durante a sua gestação, os bebés, conseguem sentir os vários sabores, que geram consequências importantes no seu desenvolvimento. Isto ajuda o bebé a definir preferências por determinados alimentos e a reconhecer a mãe após o nascimento já que estes sabores estão também presentes no leite materno.

    Os bebés são mais atraídos por sabores doces. A água com açúcar, por exemplo, atua como calmante para quando estão mais agitados. Os recém-nascidos rejeitam sabores amargos como mecanismo de sobrevivência, uma vez que são associadas a substâncias tóxicas.

    O olfacto desenvolve-se também antes do nascimento e muitos odores e sabores a que a mãe se expõe também são experimentados pelo feto. Existem estudos que comprovam que os bebés sentem o cheiro do leite materno desde do nascimento e que isso contribui para o reconhecimento da mãe, já que assim eles conseguem distinguir o cheiro do seio da mãe do de qualquer outra mulher. 

   O tato é o primeiro sentido a desenvolver-se e é o que amadurece mais rápido. 

  Aquando do nascimento a pele do bebé é muito sensível. O contacto "pele a pele" é extremamente importante para o bebé criar um vínculo com os adultos, principalmente com a mãe. Este contacto pode ser interpretado com uma forma de comunicação, ajuda-o a manter a temperatura corporal e acalma-o.

    A audição é o último dos sentidos que se desenvolvem ainda no útero. Enquanto a visão surge tardiamente e amadurece rapidamente, a audição começa cedo e amadurece gradualmente. O primeiro reconhecimento de vozes é determinante para estabelecer relações sobretudo com a progenitora.

    Os recém-nascidos respondem de maneira distinta aos diferentes sons que lhe sejam apresentados. Com sons mais fortes e altos, os bebés ficam agitados. Já com sons mais calmos e baixos, os recém-nascidos ficam mais tranquilos. Ao contrário do que acontece com a visão, em que os bebés dão preferência a estímulos simples, na audição os estímulos complexos são os preferidos. 

    A visão é o sentido menos desenvolvido no nascimento. A capacidade de analisar a informação e de ter perceção dos perigos é muito importante à medida que o bebé se vai tornando mais ativo.

    O recém-nascido apenas é capaz de focar apenas a uma distancia de 25-30cm. Esta é a distância suficiente para o bebé reconhecer o rosto de quem o segura e o seio da mãe.

    Durante os primeiros meses a visão do bebé é muito periférica e estreita, o que lhe concede a capacidade de seguir luzes mais fortes, o que leva ao desenvolvimento da perceção da cor. Após os 5 ou 6 meses o bebé foca e percebe a profundidade e a distância.